Meu Cantinho no Recanto

Estrelinhas nas Entrelinhas

Textos

A cadeira
      Aah! Há quanto tempo preciso compras cadeiras.
      Quebrou a da copa ,sem querer...Quebraram.mais duas ( era violência); outra está machucada encostada num.lugar. A da sala já foi colada três vezes , é de madeira de lei _ cerejeira e trançada _ é forte...
      Também já não há mais a do escritório, tão boa e reclinável, sem forro coitada , só vestida de panos e mantas
        A do escritório de estudos ,depois de forrada e arrumada , alguém má pediu ... E...lá foi ela tristonha servir de almofada
vulcanizada para outros bumbuns. Roubaram-me ...
        Roubaram também outra cadeira ,uma cadeira - metafórica.  Uma cadeira  que foi ocupada ,como uma vaga precisa ser tomada para outros. A da. Regência de Classe . Mas a cadeira está lá, os livros estão lá, a pessoa ... não.   .A cadeira de Língua Portuguesa  foi tomada .Para eles tombada! Por Patrimônio Histórico (ai...aí...!). , porque caiu de quatro , ao ver perplexa , que retiraram- na da regência de classe !?
        Estou  'a procura  da minha cadeira . Qualquer uma... A de penteadeira....a. da sala...da copa...dos sonhos .... das vitórias...do choro... dos estádios.... do castigo...da sala de aula para ser aluna...da sala de aula para ser professora.
         Ah ! Falta  a cadeira de balanço do meu pai.Quanta saudade .
A dos papos domingueiros de festa. Está faltando uma junto a mesa .
         E um dia quero uma cadeira de vovó, também quero uma de pai ,com estica perna ,chinelo e tudo.Quantas vezes  tive  de ser pai
        Quero também a da sopinha ,aquela de bebês.
         Quero dá-la de novo aos meus filhotes se sujarem todos de feijão com arroz  e sopinha ....também quero uma para mim .
          Quero a cadeira dos bancos da Pracinha Nossa Senhora da Paz, em Ipanema,perto da rua Maria Quitéria,para andar de balanço ( bem alto) e  gangorra ( rec-rec , alto e baixo). A do velocípede ....
           Quero uma cadeira  de namorado , noivo  e de esposo  para casar de novo .
           Quero o banco da MAFALDA.
           Quero ter vez de falar , de gritar. ,de impor , de ser eu.
            Não quero a cadeira de corrida de táxi , não! Nem.a de rodas da Unimed ,pronta para segurar quem desmaia  e quem está enferma.
            Quero uma cadeira cativa junto a Deus na eternidade, de preferência com outra para os anjos de guarda e para  mãe
            Quero trocar as cadeiras lá de casa !?...
             Ao subir no banquinho da Mafalda estouregendo classe : hoje Linguística I , ligada 'a  Informática,e Artes, ligada ' a Semântica Argumentativa .
            Cadeiras produzem sentidos os sonhos ....não se assentam em cadeiras para esperar .Sonhos assentam- se no coração e na saudade
           Fátima /2002
        P.S. Este conto foi apresentado na minha monografia em Linguística .( UFES)
Fátima Regina VM
Enviado por Fátima Regina VM em 06/05/2024
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