A minha mãe , novelo a Fiar e eu a Imaginar
Alinho-me ao viver
Da vida levo o quê Alinho a postura Sem virar... Sem revirar... Sem revoltar .. Alinho-me ao viver Da vida levo o quê A linha do tempo alinha-se com a linha da vida. O tempo esvai-se... A linha da vida segue Alinho- me ao viver! Da vida levo o quê E o meu novelo de linha A se desenrolar Apenas dá linha para a linha Pra pipa voar. Alinho.me ao viver! Da vida levo o quê Alinhe.se Sem a linha do pensamento , Nunca mais vou cuidar... Não consigo me cuidar ... Os anos passaram Nas estranhas entranhas... Alinho.me ao viver ! Da vida levo o quê A solução há de encontrar ... O novelo sem nó ...salão de beleza... Tem que se cuidar... Alinhar-se e ser ponte, P'ros frutos do Ventre ! Estou cá e lá em pensamento Para jamais a agulha me esburacar... Na vida também se tece... Alinhava-se... Tenta-se passar a agulha da máquina de costura, pontos de haste rasteirar... Tessitura aqui não há ... Já não há mais sentido Nada faz mais sentido! No sentido e ao tanto amar... Alinho...alinhavo ... Alinho.me ao viver ! da.se linha pro tempo passar ... Da vida levo o quê Eu a imaginar o Alzeimher passar ... Tenho saudades do tempo a tricochear... Parei Estanquei... Costurei Costuro tudo sem penar E a linha ? Diluiu-se Lá se foi a linha... Lá se foi a linha... O novelo O emaranhado de linha O crochet, o bordado O tempo passou ... E eu nem sei quem sou... O texto melhor é o que produz sentido... Eu com minha mãe quero voltar... Assim como a Vida... Nada mais a tecer Nem ficar nas linhas Nem reticências e pontos de exclamação Meu muro desabou Porque nunca existiu.. Criamos um.elo... ...um fio ...um nó ... mãe e filha sempre a sonhar , Um fio de lágrima no Ar. A minha amada e bondosa Mãe Angelina V.M. que tantos crochets teceu e eu a admira-la a tecer o fio minha vida com a linha a se desenrolar! ( Fátima Regina )
Fátima Regina VM
Enviado por Fátima Regina VM em 27/05/2024
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