Invisível
A tarde acabara. Sem ainda o sol se por,com nuvens e sem o lanche vespertino.
Tudo havia parado no ar , apenas o coração daquela mulher batia rápida,sorrateira e irregularmente .A multidão a confundia , metrôs,passagens ,ônibus ,roletas e o vai e vem de humanos. Inesperadamente algo parara no espaço do olhar de Maria .Avistara a pastelaria de Seu Joaquim , que por sua vez ouvia seu radinho de pilha e ia assoviando e recheando a massa dos saborosos pastéis que iriam ` a gordura . Fim de expediente , lá ia se encaminhando a mulher.Confusa ,conseguira com pequenas moedas comprar ,com desconto, um pastel suado . A tarde acabara , sem saber para onde ir ia pensando a mulher ...abrigos , a fila estava cheia ... Descansa,tranca -se se num banheiro de estação de metrô. Teria de muito disfarçar e esperar.. Ir de trem, seria outra hipótese, iria dormir melhor .Melhor do que o relento. O tempo passara , a tarde acabara ..Nada de sol a entardecer .A neblina esvaecia .. Naquele dia a mulher perdera o emprego , a refeição farta e ainda fora despejada da pensão. Decidiu então acenar para o ônibus , lá acabou dormindo . O ônibus rodava ,pra cá ,para acolá ,outros bairros e rodava que rodava. O estresse do motorista ao receber as passagens, dando o troco por vezes , irritava as pessoas no ônibus lotado , sendo empurradas... Era tudo um contraste gente nervosa com gente dormindo serenamente ,talvez até de fome . Ponto final ,troca de motorista e de ônibus .Nada da criatura se mexer. Passou por lá um doutor ,um enfermeiro talvez querendo ouvir o coração da mulher ...Estava pálida e gelada .. havia morrido .. Por fim , invisível a todos os transeuntes , ninguém havia notada que a Mulher como todas as outras Marias havia dormido demais
Fátima Regina VM
Enviado por Fátima Regina VM em 09/09/2024
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